Fui passear pelo centro com uma amiga que veio me visitar. Depois de visitar a Catedral Metropolitana, descemos pela Cidade Velha, passeando pela feirinha e vendo algumas lojas, até chegar ao Museu de Artes Decorativas Palácio Taranco.
Depois de algumas tentativas frustradas de visitar o museu, que fecha nos fins de semana, consegui finalmente entrar e conhecer esta casa tão conhecida em Montevidéu.
Chegamos pela porta principal e entramos no Acervo de Arqueologia Clássica, com exposição de peças decorativas antigas, de diversas regiões do mundo. A exposição estava bem completa e passamos um tempo vendo os frascos de perfume, vasos e outras peças que decoravam as casas das pessoas que viviam nas civilizações antigas. Um conjunto de cerâmicas, vidros e bronzes greco-romanos dos séculos V a.C.

Perguntamos à moça que estava na recepção como poderíamos visitar o palácio e ela nos disse que o acesso se dava pelas escadas, na entrada do casarão.
O Palácio Taranco, antes sede de um teatro chamado San Felipe, foi a residência dos irmãos Ortiz de Taranco. O edifício foi assinado pelos arquitetos franceses Charles-Louis Girault e Jules-Léon Chifflot e suas obras começaram em 1908. O estilo decorativo é baseados nos clássicos franceses Louis XV, Regencia e Louis XVI.
A casa foi vendida pela viúva do Félix Ortiz de Taranco à Comissão Nacional de Belas Artes, em 1943, com todos os móveis e todas as obras de arte que decoravam a casa. Assim surgiu o Museu de Artes Decorativas.
As peças de decoração, bem como as obras de arte que estão presentes na casa não foram frutos de doação e compras do Estado para construir o Museu. Faziam parte da decoração da casa(!!).
A grandiosidade e a quantidade de objetos decorativos é impressionante.
Quando entramos pela residência, logo no salão principal, podemos notar a influência francesa na decoração. Esta sala me fez lembrar a Sala dos Espelhos do Palácio de Versailles, apesar de ser bem menor e não possuir tantos espelhos e luminárias.

Passando pelo salão se pode ver a sala de jantar, que está restrita ao acesso ao público, mas pode ser contemplada de longe.

São tantos quartos e corredores, que ligam uns ambientes aos outros, que é fácil se perder na casa. Todos decorados com papel de parede, cortinas, mármores e móveis, intactos desde a época em que o Palácio foi adquirido pelo Estado. Em cima de alguma lareira, ainda descansa um porta-retratos antigo da família.

O Palácio possui duas salas de conferência. São salas cheias de cadeirinhas voltadas para a parede. Acho que aconteciam palestras, ou aulas, ou faziam reuniões nestas salas.
Os jardins são lindos e proporcionam uma linda vista desde as varandas dos quartos e das salas principais.

Depois de passear por salas imensas, quartos com hall de recepção, salas de conferência, fomos até a cozinha. Eu pensei que seria uma cozinha de Palácio, magnífica, linda e espaçosa. Para a minha surpresa, a cozinha era pequena (em comparação com o resto da casa). Tinha móveis em latão, com detalhes em dourado. A pia não cabe nem a louça do almoço. Rsrs Não sei como os empregados faziam para preparar um jantar para tantas pessoas.

Ao sair, perguntei para a moça da recepção o que era antigamente o espaço abaixo da casa (onde hoje está o acervo arqueológico) e ela me disse que era onde ficava a academia e a sauna da família.
A família Taranco definitivamente levava uma vida muuuito confortável. Hoje, podemos ver a beleza das obras de arte e dos objetos decorativos da casa que foi sua residência por quase meio século.
Um dos passeios mais recomendáveis para quem visita Montevidéu.
Para saber mais sobre localização e endereço do Palácio Taranco clique aqui.